‘ENFEITES, PRESÉPIOS E ÀRVORES DE
NATAL SE DESENCAIXOTAM”
Final de novembro e comecinho de
dezembro, já entrou o clima de natal.
O mundo é invadido por Papai Noel
vermelho ou azul, boneco de neve com seu nariz de cenoura, renas e duendes, o
céu ganha mais estrelas e presépios criativos são montados para relembrar a
cena histórica do nascimento de Jesus.
Se nas igrejas os fiéis permanecem
em igual quantidade, nas ruas ao contrário, já observamos um batalhão de
cristão em fúria visitando lojas no apetite consumista e voraz do natal.
O capitalismo dominante cria o
“décimo terceiro” para os ajustes das contas anuais, mas o dinheiro nada mais é
que uma bela desculpa para o consumismo desvairado desta época.
Assim somos, assim permanecermos. É
próprio do ser humano estas fugas estratégicas.
Em Itararé, a prefeitura por conta e
risco, despreza as demais praças e concentra todo o seu potencial criativo e
financeiro na decoração da Praça Francisco Alves Negrão, que apesar das
constantes trocas de patronos, continua sendo São Pedro.
Nas ruas algumas lojas se arriscam
na confecção de uma vitrine ou de um tímido visual mais natalino. Nas
residências, as cordinhas pisca-pisca se repetem emaranhadas em cercas, muros e
paredes.
Nos postes das ruas urbanas, as
armações pinguinianas imitando estrelas, cometas e velas, algumas esquecidas
desde o natal passado, tendem a ganhar o colorido das luzinhas coloridas na
medida da verba que a Prefeitura dedicar ou improvisar para o enfeite.
É tempo de natal. Panetones
recheados de frutas secas e ligeiro sabor de rum se escondem em vislumbrantes e
caras embalagens coloridas.
Nas empresas, indústrias e
agrupamentos fervilham festinhas com direito a amigo secreto, que apesar de
secreto, pelo menos por alguns minutos vai ser amigo.
E talvez algum espírito muito carola
pode até achar que tudo isto é para comemorar o nascimento do filho de Deus.
Que ironicamente permanece morto no coração de muitos destes festeiros
ocasionais.
Afinal é Natal! Boas festas e feliz
ano novo!
A televisão exibe filmes e programas
explorando a temática e no rádio leva-nos a exaustão ouvir sempre a melodia do
“É natal do branco....” ou “bate o sino pequenino sino de Belém....”
E que ninguém ouse criticar ou
comentar o costume.
Afinal é Natal! Boas festas e feliz
ano novo!