PF fecha rádio clandestina e prende 4 em Itapetininga

A Polícia Federal de Sorocaba fechou duas rádios clandestinas e prendeu quatro pessoas em Itapetininga na operação denominada Araken, desencadeada ontem. Entre os presos está um funcionário da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, que serviria de elo entre a rádio Nova Aurora FM e a Prefeitura. Os nomes dos presos não foi divulgado pela PF. Araken seria o apelido de um dos acusados.

Um total de sete pessoas devem ser indiciadas por exploração ilegal de atividades de telecomunicação e formação de quadrilha, conforme nota da PF. As investigações tiveram início no final de 2008 e a rádio Nova Aurora operava desde 2002. A intermediação do funcionário favoreceria a emissora e os acusados teriam colocado no ar outras estações clandestinas, ampliando as atividades de telecomunicação no município.

Conforme o que se apurou na investigação da PF, não se trata de uma rádio comunitária pois não havia nenhuma autorização do poder público e não se adequava a essa classificação tendo em vista a publicidade veiculada mediante pagamento. Além das prisões, a PF cumpriu 15 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 3ª Vara da Justiça Federal de Sorocaba. Foram recolhidos equipamentos e documentos que serão analisados.

Duas emissoras foram tiradas do ar por agentes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Operando clandestinamente, o sinal de rádios pode interferir na recepção de aparelhos instalados em aviões, afetando o controle do tráfego aéreo e colocando em risco a vida de passageiros e tripulantes. Outro aspecto é a concorrência desleal, sem o pagamento de impostos.

Fora os sete investigados, há possibilidade de que mais pessoas pudessem participar da exploração ilegal das rádios. O secretário de Cultura e Turismo de Itapetininga, Fábio Regino Sacco, deve ser ouvido hoje na Delegacia da PF em Sorocaba. A reportagem entrou em contato ontem à tarde com a Prefeitura de Itapetininga para saber qual o envolvimento da secretaria com a rádio Nova Aurora.

O Departamento de Recursos Humanos, por meio da assessoria de imprensa, respondeu que assim como em outras instituições, não tem controle das atividades dos funcionários fora do horário de trabalho. No entanto, informou que a Administração Municipal está apurando o caso.