sábado, 13 de novembro de 2010

REPÚBLICA BRASILEIRA FOI PROVOCADA DE UM TRIÂNGULO AMOROSO NA CORTE

Há 121 anos, no dia de 15 de novembro de 1889, proclamava-se a República do Brasil. Os bancos escolares fantasiaram a vocação de liberdade do Brasileiro derrubando com o gesto, o Império.
Relatos históricos hoje melhor conhecidos contam que, naquele confuso dia de 1889, comandando algumas centenas de soldados pelas ruas do Rio de Janeiro, então capital do Brasil, o marechal Deodoro da Fonseca, tido como fiel a D.Pedro II, pretendia com sua movimentação apenas derrubar o então chefe do Gabinete Imperial,especie de primeiro-ministro, o Visconde de Ouro Preto, que, por sua postura liberal, desagradava aos militares conservadores.
Tanto assim que, à frente da tropa, sua primeira saudação em alta voz foi -“Viva sua majestade, o Imperador”, e não uma saudação à república, instituição que surgiria oficialmente poucas horas depois.
Segundo farta documentação a respeito desse episódio, a decisão final dos conspiradores de derrubar o Imperador D. Pedro II aconteceu tão somente na madrugada do dia 15 de novembro, quando um oficial republicano, o major Frederico Sólon Sampaio Ribeiro, convenceu Deodoro a proclamar a República, relatando-lhe nada menos que inverdades.
Conforme se sabe hoje, esse militar teria dito a Deodoro que o novo Presidente do Conselho de Ministros, seria Silveira Martins, inimigo mortal do Marechal.
Deodoro e Silveira se odiavam pois disputavam a posse amorosa da Baronesa do Triunfo, viúva muito bonita e elegante, que sempre preferiu Silveira Martins ao marechal. Na verdade, o novo Presidente do Conselho de Ministros seria o Conselheiro José Antônio Saraiva, diplomata de renome que já chefiara o Gabinete Imperial duas vezes, entre 1880 e 1882 e por um curto período no ano de 1885.
Envenenado de ódio, o velho marechal proclamou a República e determinou o exilio da Família Imperial sob as sombras da noite. Assim se evitaria que a expulsão de D.Pedro II, da Imperatriz Teresa Cristina, da Princesa Isabel e de seu marido, o Conde d´Eu fosse impedida pela população mais empobrecida, em cujo meio a família imperial era muito estimada por seus atos de caridade.
Como vemos, nada houve de heróico nesse trágico acontecimento, considerando-se que a República só veio por pressão de alguns fazendeiros escravocra-tas, insatisfeitos com a Lei Áurea e com as propostas não aceitas pelo governo imperial para que eles fossem indenizados pela alforria de seus escravos, entre outros acontecimentos relevantes.
No contraponto dessa nada heroicidade dos golpistas, D. Pedro II, pouco depois de chegar a Portugal a bordo da fragata Alagoas, da Marinha Brasileira e no início de seu exílio, como homem de princípios morais e éticos incomuns recusou-se a aceitar os termos de um decreto do governo provisório republicano que incluía a transferência à sua pessoa de cinco mil contos de réis (equivalente hoje a 4,5 toneladas de ouro ou aproximadamente R$ 2 bilhões). 
Enfatizando que esse dinheiro pertencia ao povo brasileiro, em seu lugar ele pediu que o substituíssem por apenas um travesseiro cheio de terra brasileira, onde poderia repousar sua cabeça, quando dormisse e também quando morresse.
Nasceu a República, da conspiração urdida causada pela abolição da escravatura, pelas invencio-nices de um major, a espada de um marechal, e por que não dizer, pelo ego ferido por amores mal correspondidos.  Lembramo-nos de sábias e proféticas frases do escritor Monteiro Lobato em texto onde ele expõe os descalabros republicanos que principiavam a fincar suas raízes no Brasil.
Tinha um rei, tem sátrapas. Tinha dinheiro, tem dívidas. Tinha justiça, tem cambalachos de toga. Tinha Parlamento, tem ante-salas de fâmulos. Tinha o respeito do estrangeiro, tem irrisão e desprezo. Tinha moralidade, tem o impudor deslavado...”.
Um discurso absolutamente atual desse vidente e escritor, o imortal Monteiro Lobato!

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