terça-feira, 20 de setembro de 2011

Uma lembrança do Tomé

O comecinho de 1955 surgia nos calendarios coloridos ou do Armazém do Donatinho ou do Empório do Pelissari. Hominho quase feito, de calças curtas e suspensório de pano, lembro-me com um bornal de tecido indo de "alpargatas" para o glorioso Tomé Teixeira. No peito da camisa de algodão amarelado, que minha mãe, Dona Laura tentou branquiar com "anil" horas no coadouro, me sentia um "cabo" do exércíto do saber. Debaixo da letras GETT bordados pela minha "velhinha" já existiam duas faixas de segundo ano.
No bornal um caderno de caligrafia, um caderno "avante" borrador e um caderno de desenho de capa berrantemente amarela de segundo ano. No estojinho vagabundo de madeira alguns lápis de 2 pontas, uma borracha elefante, um apontador que nunca funcionava, meia gilette Blue Blade que surrupiei do meu pai depois de sua barba, uma caneta de pau, duas penas de aço (uma aberta) e um tinteiro "Goiano".
A professora era Dona Josefina Mazalai Machado, um doce de pessoa que me dava muita segurança e me ensinou muito.
A cabeça doída das "correções" aplicadas no menino inriquieto pelo "molho" de chaves do Zé Melilo.
Quanto voltava da escola, a guerra da minha mãe para colocar a roupa caseira para não sujar nem estragar meu uniforme escolar.
Um puxão de orelha da Dona Laura, pois esqueci um pirulito comprado da Dona Maria Piruliteira dentro do bornal e ele derreteu quase estragando os cadernos. Minha mãe nunca entenderia este descuido. Mas eram 10 pírulitos por 10 centavos e a gente não aguentava devorar todos.
Puxa como era gostoso ser aluno menino do glorioso Tomé. Tanto gostei que ao invés de 4 anos fiquei ali 6. Repeti o segundo ano e fui dos poucos que cursou o 5º anos primário, especie de cursinho para a admissão ao Ginasio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário