sábado, 14 de janeiro de 2017

Primeiro a denuncia, agora o anuncio da CPI - Santa casa é o foco.

10/Janeiro/2.017 EXPLICAÇÃO AO POVO ITARAREENSE. Antes de mais nada quero comunicar meu desligamento da diretoria técnica da Santa Casa de Misericórdia de Itararé por motivos que explicarei a seguir. Quero agradecer à todos que me apoiaram e também aos detratores, pois estes me mostraram os múltiplos interesses que se opuseram e hoje entendo os motivos. Como manda a boa ética política, entrado um novo Prefeito, manda o rito que colocasse meu cargo à disposição, uma vez que em última instância este pertence à Secretária Municipal de Saúde, e isto foi feito no dia 03-01-2017. Informei que se fosse do interesse desta gestão minha permanência, que me comunicassem. Não obtive resposta. Houve sim, agendamento de reunião na sexta feira com o Exmo. Sr. Prefeito Municipal mas não pude comparecer por motivo de doença. Esta semana ainda não conseguimos horário sabendo que o alcaide em início de mandato tem inúmeros compromissos. Passo então a expor as causas da derrocada da Instituição: 1- Começando pelo regime médico, que se praticava, altamente deletério para o hospital, onde se recebia consulta particular em seus consultórios e internava-se o paciente para que se pedisse todos exames de rotina, coisa que deveria ser feito em posto de saúde ou de forma particular. Caso fosse por filantropia, poderia entender como ilegal, mas não imoral; mas não, era feito mediante consultas particulares prévias. 2- Médicos de retaguardas clínicas, recebendo por isto, exerciam ao mesmo tempo atividades em postos de saúde, em pronto socorro de outras cidades, em locais ermos de onde jamais poderiam chegar rapidamente ao hospital em caso de urgência. Caso algum colega sinta-se ofendido, será ótimo que procure a justiça ou Conselho Regional de Medicina pois me daria a chance de apresentar farta documentação a este respeito, devidamente arquivadas em meu poder, aliás de grande interesse do GAECO. 3- Plantonistas fixos que abandonavam o plantão em horário de trabalho para irem almoçar e dormir em casa e também para também atender seus consultórios particulares, chegando ao cúmulo de um deles abandonar o plantão mais cedo e ocorrer um parto sem assistência médica. 4- Médicos que usam as instalações da Santa Casa de Itararé como se fossem próprios e relutam em pagar taxas pertinentes o dividir salas com outros colegas. Tenham certeza que o ambiente que encontrei quando assumi a direção técnica era nauseante! Seguindo pelo setor administrativo podemos com certeza dizer que o hospital foi delapidado! 1- Pessoa que fez o plano operativo, já no 1º ano reduziu a receita em 22%; era pessoa da gestão municipal em 2.013 que assumiu como cargo comissionado junto com turismóloga, e logo se nomeou e se contratou no hospital com o 2º maior salário da casa. 2- Mesma pessoa elaborou o plano operativo de 2.014, 2.015 e 2.016 sem prever um centavo de aumento no repasse a ser feito para o hospital, ainda que fosse apenas a inflação! Imaginam quanto teve de aumento com reajustes salariais e de medicamentos no período? A reposição mínima pela lei seria a inflação e o dissídio salarial. Por que não foi feito da forma correta? Porque isto desonerava a Prefeitura Municipal e transferia a “dívida” para a Santa Casa, pois a mesma tinha que honrar os pagamentos com seus parcos recursos federais! 3- O transporte de pacientes e a AMBESP foram enfiadas goela abaixo pelo mesmo motivo. São deficitárias pelo que a Prefeitura paga! Por exemplo, são repassados R$ 15.000,00 mensais para as transferências; custam mensalmente mais de R$ 23.000,00. Entendam que a Santa Casa foi transformada em uma unidade de despesas, quando ela é apenas prestadora. Todo o gasto a não ser pago era colocado na “conta da viúva”. Com isto o hospital não pode recolher FGTS e INSS, claro, custeava serviços municipais! 4- A mesma pessoa controla a unidade de despesas e quando faltou medicamento e mandei verificar o estoque contábil e não batia com o estoque físico; então fiquei sabendo que os acertos necessários eram “arredondados” nos bancos de dados da informática! Sim, é verdade, faltou medicação pelo menos três vezes enquanto estive na direção técnica. Considerando a inércia operativa, nunca vi tanto cacique para pouco índio! 1- Todos querem o comando e algumas funcionárias mais antigas trazem o ranço do poder que não lhes pertence. Tentam interferir com o que não é de sua alçada e não têm capacidade nem discernimento para tanto. 2- O parque tecnológico é precário, antiquíssimo, todo defeituoso e era cuidado por um indivíduo de reparos gerais que maltratava de forma contumaz seus subordinados. Disse que não poderia ser assim e que ele deveria ser demitido. Então o inferno veio a tona, lutaram de toda forma para que ele permaneça no quadro de funcionários, pois deve ser a famosa taxa do “eu sei”. Este mesmo indivíduo intermediava compras de aparelhos médicos usados para o hospital, aliás que nunca funcionaram. Me digam como, em são juízo, pode um diretor técnico permitir que um leigo, sem qualquer formação manipulasse equipamentos médicos como respiradores, aspiradores, eletrocautérios cirúrgicos ou RX? Por que tanta resistência em substituí-lo? Estranho, estranho.... 3- Nunca foi pensado pela administração sob intervenção em incrementar a capacidade diagnóstica da Santa Casa. Por que o corpo clínico ou administração não se interessou em equipar? Tenham certeza, não é por falta de dinheiro, É POR NÃO SABER, NÃO CONHECER A TECNOLOGIA! 4- Hoje estamos com um tomógrafo helicoidal instalado com nossos recursos (inclusive trocando o transformador externo, pois o do hospital era insuficiente) e operacional, parado por falta de assinatura de um contrato. Contrato este que prevê o pagamento das tomografias de pacientes internados a preço SUS. Ainda a Santa Casa receberia 5% do lucro bruto. Mas mesmo assim não parece ser bom o suficiente! Lamento informar que este aparelho de tomografia, em que pese o prejuízo que teremos, será desmontado já na semana que vem e transferido para outra localidade onde possa ser operado e tornar-se viável. A vida é assim. Por vez se consegue, outras, não. Tenho a consciência tranquila de que tentei até onde foi possível, mas sem mudanças radicais de financiamento, modelo de gestão e qualificação técnica não é viável a manutenção do hospital. O antagonismo é tão forte, por ferir tantos interesses, como os acima citados, por exemplo, que sem ação de governo nada se muda. Desejo ao povo itarareense boa sorte na recuperação de seu hospital. Cordialmente, Prof. Dr. Eduardo B. Cerioni Silva.
CÂMARA VOTA INSTALAÇÃO DE CEI PARA SANTA CASA Na sessão da próxima segunda-feira (16/1), a Câmara vota instalação de Comissão Especial de Inquérito (CEI) para apurar graves denúncias de irregularidades na Santa Casa de Itararé. O objetivo é investigar possível malversação de recursos públicos e eventuais outros crimes e procedimentos irregulares, denúncias levadas a público nas redes sociais por ex-diretor técnico da Santa Casa. A investigação e apuração dos fatos é de interesse público pois a entidade está sob intervenção municipal desde 2006, na administração João Jorge Fadel, e recebe subvenção financeira do município para sua manutenção. Comissões Especiais de Inquérito são formadas para investigar um fato determinado dentro do município e têm poder similar ao de autoridades judiciais, além de outros previstos no Regimento Interno da Câmara. Uma CEI é composta por cinco membros e tem um prazo de 90 dias para conclusão dos trabalhos.

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