sábado, 17 de abril de 2021

O SER HUMANO TEM PODER DE PRORROGAR A MORTE?

Opinião de Hélio Porto
São muitas as perguntas que remoem a inteligência humana e elas sempre ficam sem respostas. Existem seres de outros planetas? Existe vida pós-morte? É possível que espíritos de falecidos continuem inter agindo conosco? O ser humano tem poder de prorrogar hora ou o dia de sua morte? Vamos ao relato dessa experiência que eu mesmo vivi. Corria o ano de 1998, e minha mãezinha travava uma aguerrida batalha contra enfermidades que abalavam sua saúde. A precariedade de imunidade muito baixa pela conseqüência de seus 78 anos era o fator que mais preocupava. O organismo não dava mais conta de produzir os glóbulos vermelhos do sangue e isto forçava a necessidade de uma transfusão sanguínea a cada 90 dias. Acrescentava-se a isso, gravidade no sistema respiratório, deficiência cardíaca e profunda anemia. Este quadro fazia da minha mãezinha uma constante paciente do hospital. Lúcida ao extremo, e enérgica em demasia, criticava seu médico por não dar conta de lhe restituir a saúde desejada. A família, no entanto, sabia que seu estado estava sujeito a muita precariedade e para mantê-la viva, o médico clinicava em cada momento a medicação daquele sintoma especifico, e assim ia se levando. Sua condição física não permitia uma cirurgia ou um tratamento exclusivo para cada sintoma. Magra, seu braço em pele e osso era cheio de hematomas das inúmeras aplicações. Os meses se alternavam com duas semanas hospitalizada, e uma semana em casa. Uma rotina que só a fazia sofrer. Eu na época gerenciava a Radio Cruzeiro do Sul (FM94). No início de Novembro minha mãe foi internada novamente. Dia 8 de novembro, o proprietário da emissora me ofereceu um bolo que foi consumido numa confraternização com os funcionários. Reservei uma fatia e ás 13 horas, quando da visita a minha mãe no hospital entreguei-lhe a guloseima. Ela estava sonolenta e distante, pediu-me que colocasse ali junto aos seus remédios e não fez nenhum comentário. Voltei a minha rotina de trabalho. Porém por volta das 17 horas recebi um telefone do hospital me chamando para ali comparecer, pois minha mãe me chamava. Frente a minha velhinha ouvi sua declaração: - Filho me perdoa, não esqueci que hoje é seu aniversário e estou fazendo um esforço enorme que só Deus sabe, para não estragar sua data com a notícia da minha morte. Espero que Deus me conceda esse último pedido. Apertando fortemente a minha mão vi escorrer lágrimas dos seus olhos. Minha Lady Laura naquele momento não lembrava a grande guerreira que sempre foi, estava muito abatida. Desconversei e lhe dirigi palavras de animo até o final daquele rápido e derradeiro encontro. Dia nove de novembro, o relógio ainda não marcava o décimo minuto da nova madrugada e recebi o telefone do Hospital. Minha mãe havia falecido naquele momento. A resposta a esta pergunta havia me sido respondida.

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