quinta-feira, 5 de agosto de 2021

RÁDIO – A FORÇA DO QUINTO PODER

A OPINIÃO DE HÉLIO PORTO
Vivemos um momento conturbado nos grandes meios de comunicação. A internet avassaladora assumiu também um caráter exterminador contra o que até então parecia único e intocável. Primeira grande vítima foi o jornal impresso que teve na internet um furacão destruidor implacável. A lentidão de se apurar um fato, digitá-lo, formatá-lo, visualizá-lo, prover sua diagramação, imprimi-lo, distribuí-lo por via terrestre, exigia longas horas, o que na internet, essa mesma notícia vence milhares de quilômetros em fração de segundo, bastando uma digitação elementar e um clique relâmpago na tecla “Publique-se”. A própria televisão ainda tenta resistir em seus últimos fôlegos, já que a mesma moderníssima internet se faz revolucionária em colocar vídeos perfeitos na Rede de forma instantânea e eficaz. Talvez o único veículo que ainda se faz capaz de sugar a internet, e montar em seu lombo para tirar proveito, seja o Rádio. Se de um lado, o Rádio perdeu a agilidade na divulgação das músicas, que foi por muito tempo, uma de suas maiores matérias primas e hoje tem na internet seu imensurável arquivo para ser acessada a hora que se quer e imediatamente apos ser criada pelo seu interprete e produtor e com a vantagem de ser “de graça”. De outro lado o Rádio se fez potente, pois hoje basta colocar seu som na Rede e se faz ouvida a milhares de quilômetros, distante de sua geração, o que era quase impossível quando dependia apenas de seus superados transmissores. Tanto que com um novo endereço, o Rádio já menosprezou suas arcaicas ONDAS MÉDIAS em processo de extinção e adotou a Freqüência Modulada para sua tentativa de esticar a sobrevivência na característica “rádio”. Assim tornou-se elementar que os empresários de radiodifusão reavaliem como tratar comercialmente esse veículo. Sem o alto investimento em potentes transmissores e um alto custo para obter do governo, privilegiadas concessões, sem o investimento em discotecas enormes com milhares de CDs, fazer rádio ficou bem mais econômico. Basta investir em profissionais competentes, cuja inteligência atraia o ouvinte para o prefixo. O segredo é criar programas que estimulem o “mundo real” até o ouvinte, dando informações locais, discutindo assuntos da cidade e região e explorando músicos e artistas do seu circulo de vida. O ouvinte vai sintonizar a emissora, no momento que perceber que terá nela e somente nela, tudo o que lhe interessa. Assim a “rádio repetidora” capitaneada pelas grandes redes e assumida pelas pequenas emissoras para diminuir custos, estará fadada ao seu triste fim. Para vencer a internet, o rádio precisa, se reciclar e se usar dela para ganhar distancias. Mais do que nunca o rádio precisará investir no radialista. Nenhuma migração terá sucesso se não aprender explorar bem o que existe dentro dos muros de sua propriedade.

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