sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

NOTÍCIA, A IMPRENSA E OS POLÍTICOS

      

      O recente episódio envolvendo o grupo NOTÍCIAS DE ITARARÉ na INTERNET e os vereadores da cidade, não pode ser apenas um dos muitos desencontros entre o poder político e os meios de comunicação.
          Numa reunião convocada na sala do Presidente da Câmara, as 16h30 na tarde de 30 de novembro, os 13 vereadores armaram uma típica inquisição em cima do jornalista Milton Komnicki e o jornal Tribuna de Itararé para se nomearem de vítimas diante de uma informação sobre o aumento de dois impostos municipais.
          Revoltados com um depoimento do jornalista que foi inserido na rede social, onde o mesmo cobrou uma discussão mais ampla deste remanejamento de impostos, que supunha estar prestes a acontecer, mas que na verdade já estava consumado desde setembro, quando por unanimidade o aumento foi aprovado em duas discussões ocorridas num mesmo dia e em duas sessões extra  ordinárias realizadas na mesma ocasião.
            Talvez o jornalista Milton tenha cometido algum excesso na dose da crítica, mas de forma alguma errou na cobrança por uma discussão mais ampla do assunto.
            Ao jornal Tribuna, foi questionada a publicação da posição do Presidente da Associação Comercial local, que o jornal manteve imutável dentro de sua linha redacional.
           O jornalista Hélio Porto convidado para a reunião junto com a Sandra Contieri e o Milton Komnicki atribuiu o fato a dificuldade de se obter subsídios do poder legislativo pela sua blindagem burocrática.
          Os representantes do Legislativo gritaram que tudo mudou e lá agora, presta-se todo apoio aos repórteres. Contrariando o presidente da Câmara, a jornalista Sandra Contieri confirmou que sobre o assunto tentou várias vezes obter copia da Lei e que foi negada por proibição de uso da máquina de Xerox (contenção de despesa) e depois tentando obter o texto num pen drive, lhe foi negada por que o digitador (Funcionário público) ainda não havia liberado o texto.
           Resumindo os fatos, o aumento ocorreu.
          Apenas a lei foi maquiada. O ISSQN (Imposto sobre serviços de qualquer natureza) saltou de 3,5% para 5%, porém com uma escala progressiva onde dezenas de atividades foram avaliadas com percentuais diferentes, sendo que algumas profissões foram para 3,5% e outras, como os médicos e os bancos, pularam para 5%.
          O ITBI, Imposto sobre transmissão de bens imóveis saltou de 2% para 4%, criando–se apenas ressalva de aumento para imóveis com valores acima do chamado padrão popular (R$120 mil).
          Estes atropelos entre os poderes políticos e a imprensa dentro do Brasil, são evitados com um profissional contratado tanto pelo Legislativo quanto Executivo, que é o ASSESSOR DE IMPRENSA. Um mediador entre este pólos e em Itararé ambos poderes o possuem.
         É ele que se incumbe de retratar a matéria ao gosto do poder patrocinador para a imprensa publicar, mas quando este falha a encrenca é certa, como ocorreu em Itararé.
          A alegação fundamental dos vereadores foi a de que estes dois impostos já atingem este patamar nas cidades da região e só em Itararé estava defasado. Esta diferença era a nossa virtude que os edis como papagaios desenvolveram o remedo.
          Aumentar tributos quando a cidade atravessa a mais crucial crise de desemprego e desalento da sua economia, é no mínimo, uma covardia.
            Uma coisa no entanto fica para ser esclarecido.
           A imprensa não é responsavel a divulgar as notícias da Câmara como uma obrigação jornalística, como pensam os vereadores. Ao contrário, é obrigação do vereador dar transparência a seu trabalho legislativo, como fiel servidor do publico. E se de um lado é crime aos poderes legislativo e executivo gastar com promoção noticiosa, é liberado ao vereador este expediente quando usando dinheiro do seu bolso. Divulgar o seu trabalho é a melhor propaganda do seu mandato,
            É para isto que o vereador recebe mensalmente um valor exagerado dos cofres públicos como SUBSIDIO.  
             Segundo o dicionário da língua portuguesa, subsidio é financiamento, incentivo, custeio a atividade parlamentar.
             É uma ajuda financeira, um adjutório, um socorro, uma assistência para que o político possa desenvolver seu mandato sem precisar apelar pela sua renda particular.
           NÂO É UM SALARIO, UM ORDENADO pelo serviço prestado. Este valor é para suportar seus deslocamentos, o atendimento financeiro e assistencial dos seus eleitores e também para divulgar sua atuação junto a comunidade.
         E quanto a este aumento de impostos, pode até ter sido legal, mas definitivamente foi imoral.    

Um comentário:

  1. Barbaridade, mas nenhuma surpresa. O que esperar de alguns políticos medíocres que se vangloriam de ter no 'nome' a marca da empresa que é dono ou é empregado? O que esperar de um e outro de poucas letras, ogros e incultos?

    Resolvam os problemas da cidade, principalmente, dos mais humildes e deixem os jornalistas trabalharem. Ah, o trabalho deles deveria ser sempre o de criticar e investigar. Andem por linhas retas e não terão dissabores.

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