quinta-feira, 8 de julho de 2021

1930/1932 – REVOLUÇÕES OU GOLPE BAIXO????.

OPINIÃO DE HÉLIO PORTO 1930/1932 – REVOLUÇÕES OU GOLPE BAIXO???? Na semana das comemorações constitucionalista, nada mais oportuno para reflexão nesses 9 de julho, que a leitura atenta ao livro virtual “O QUE O BRASIL PERDEU” da autoria de Dr. Hélio Ribeiro de Arruda e Miranda & Fábio Arruda Miranda. O vicio de toda história é ser contada por quem se julga o vitorioso. Na revolução paulista de 1930, que teria seu desfecho final no dia 24 de outubro, quando Getulio Vargas seria impedido de continuar sua marcha rumo ao Catete, a batalha simplesmente não houve. Em não havendo a batalha não resultou em perdedor ou vencedor. A deposição do Presidente Washington Luiz na véspera pelo Exército do Rio de Janeiro, até hoje está inexplicada, pois até que se prove o contrário, foi o mais dinâmico e moderno presidente desse país com seu slogan “Governar é construir estradas”. Numa manobra articulada de forma política, instala-se no país uma Junta Governativa formada pelo General Tasso Fragoso, Mena Barreto e o Almirante Isaias de Noronha. Numa carta do exílio enviada de Paris ao deputado federal gaúcho Paulo Labarthe, Júlio Prestes conta esses detalhes: “No dia 23 de outubro – escreve – antes da trahição de que fomos victimas, os revoltosos estavam derrotados em todos os setores e a victoria da legalidade estava por poucos dias. No sul de São Paulo, ells tinham sido batido em Ourinhos, em Itararé e em Ribeira; não haviam penetrado e não penetrariam em território paulista. Estavam desarticulados, sem commando, sem armas, sem munições e sem abastecimento. A maioria recuava e muitos se entregavam prisioneiros, pedindo alimentos. Tanto isso é verdade que não precisava de outra prova além da que decorre na signatura do armisticio que foi feito apoz a Victoria da revolução no Rio, territorio paranaense, Itararé que elles haviam conquistado. Nos sectores mineiros, as forças legaes avançavam em todas as direcções, batendo os rebeldes em toda linha. Já estávamos senhores de todo o sul de Minas, de várias cidades servidas pela Mogyana e marchávamos para Uberaba. No norte do paiz, ells tinha tomado as capitães de alguns estados, mas a esquadra já marchava para retomada bastava que retomasse Recife para que as outras se rendessem. Foi, pois, justamente nessa ocasião, que uma pequena minoria do exercito, julgando interpretar a vontade popular, resolveu interpor-se entre as facções em luta para evitar o derramamento de sangue e sacrifício de vidas. Com esse intuito, prenderam o Presidente e lançaram um manifesto á Nação recebendo aplausos de todos os que estavam cansados, ansiosos pela paz ou fortemente trabalhados pelas ideas revolucionarias. A crise econômica e financeira fazia-se sentir em todas as classes sociaes e a paz era desejada por todos, como um sonho que viesse trazer novos dias de felicidade. Mas, essa paz não se fez. É que os militares que prenderam o Presidente da República, não imaginaram que, com aquelle acto, iriam dar ganho de causa aos revoltosos e seria, como foram, obrigados a entregar-lhes o Governo da Nação. D’ahi o absurdo de lançarem um manifesto pela pacificação e entregar o Governo ao candidato derrotado nas urnas e vencido pelas armas, justamente ao que havia provocado a lucta, ao que vinha derramando sangue de seus patrícios, aos que vinha sacrificando a Nação e demonstrando não possuir espírito pacificador”. Como se vê, diz o historiador Celio Debes, que Julio Prestes “tinha para si que os revoltosos não se haviam imposto pelas armas. Entendia que, do ponto de vista militar, estavam inferiorizados. Por outro lado, a atitude de “uma pequena minoria do exército”, buscando alcançar a paz, tinha, necessariamente, que, cessadas as hostilidades, restabelecer a ordem constitucional, com a posse do Presidente Washington Luiz, ou seu vice, ou o próprio Julio Prestes que venceu a presidência nas urnas democráticas com vantagem de quase 30%. Mas a Junta Governante ao entregar a Presidência ao tirano Getúlio Vargas, destruiu a história da Revolução e registrou o maior golpe contra a democracia Brasileira. NOTA: A carta de Julio Prestes está mantida com a grafia da época. PARA TER ACESSO AO LIVRO CITADO, ACESSE O LINK https://bit.ly/3xti5dO

Nenhum comentário:

Postar um comentário