domingo, 17 de abril de 2011

Neste domingo continuou as buscas a trabalhadores soterrados há cinco dias

Deputada Telma de Souza esteve na pedreira na manhã deste domingo
Equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil retomaram neste domingo as buscas aos dois trabalhadores que estão soterrados na pedreira Santa Tereza, localizada próximo na Área continental de Santos, desde a última terça-feira.
Após abrirem um caminho com a ajuda de retroescavadeiras, as equipes tentam retirar nesta tarde o caminhão que foi abandonado pelo motorista no momento do deslizamento. O veículo ficou pendurado na rocha e corre o risco de despencar. Essa operação havia sido iniciada na última sexta-feira, mas foi interrompida.
Jucelino Mendonça de Souza, de 45 anos, e Walter Santana Holtz, de 49, estão desde as 6 horas de terça-feira sob cerca de 50 mil toneladas de pedras e terra que deslizaram da pedreira, da empresa Max Brita, na altura do Bairro Monte Cabrão, na Rodovia Rio-Santos. Outras duas pessoas, que estavam na área, não se feriram.
Nesta manhã, a deputada Telma de Souza (PT) esteve na pedreira, acompanhou os trabalhos e manifestou seu apoio no sentido de agilizar qualquer procedimento junto ao governo federal.
No sábado, novos blocos de pedra foram implodidos para abrir caminho em local onde um equipamento do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) detectou a presença de metais sob as rochas.
Famílias mantêm esperança
”Tenho esperança, mas sei que cada dia que passa as chances de encontrar ele vivo são menores. É com este misto de otimismo e agonia que Edna Natan, esposa do operador de máquina Jucelino Mendonça de Souza, aguarda por notícias do marido.
Apesar de a empresa responsável ter permitido que Edna acompanhasse de perto os trabalhos de busca, ela tem preferido ficar em casa, ao lado do filho de 9 anos, que já soube do ocorrido e está bastante abalado. "A gente tenta evitar os detalhes, mas não dá pra esconder a verdade", disse ela, contando que tem buscado manter a calma nesse momento, justamente para poupá-lo.
Ainda de acordo com Edna, o marido desaparecido há quatro dias, sempre a preparou para o pior. “Costumava dizer que se alguma coisa acontecesse com ele, que eu tinha que ser forte, pois tinha nosso filho pra cuidar - e eu estou tentando fazer isso, mas está difícil".
Edna disse ainda que o marido previu o acidente. “Ele estava estranho nas últimas semanas. Parecia amuado, falava pouco. Chegou até a falar em morte”, recordou ela, acrescentando que esse comportamento ficou ainda mais evidente na segunda-feira, quando se viram pela última vez.
“Fui acordá-lo, por volta das 20 horas, para o jantar, e ele pediu para chamá-lo mais tarde. Achei estranho, pois ele nunca fazia isso. Minha mãe, que estava em casa na ocasião, até perguntou se ele estava doente, mas ele disse que não. Na despedida, ainda achei ele triste, com um olhar diferente. Parecia até que ele sabia o que iria acontecer”, relembra a esposa, que torce para que os trabalhos de busca sejam logo concluídos.



Ministério do Trabalho investigará acidente



Nos próximos dias, um auditor do Ministério do Trabalho deve ir ao local para ouvir representantes da pedreira Max Brita e operários. Ele irá verificar ainda procedimentos de trabalho que envolvam a segurança e a saúde dos operários.



Segundo a gerente regional, Rosângela Mendes Ribeiro Silva, a conclusão do relatório deve ficar pronta em até cinco meses. Depois o documento é encaminhado para a Procuradoria da Fazenda Federal, que dependendo do parecer pode entrar com ação contra a empresa. A Promotoria Pública de Santos também está acompanhando o caso.

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