domingo, 23 de maio de 2021

A TRISTE INUTILIDADE DO TELEFONE FIXO

A OPINIÃO DE HÉLIO PORTO
Os telefones fixos já tiveram seus anos de glória. Já foram motivo de status e foram considerados bens patrimoniais sujeitos até a declaração no Imposto de Renda. Uma linha telefônica era produto comercial de grande valia e uma forte referência para seu proprietário, pois o integrava as listas telefônicas oficiais com seu nome e endereço. E o mais importante: Eram nossa única opção de comunicação. Porém o advento do Celular acabou de vez com a telefonia fixa. O Celular popularizou a telefonia e vulgarizou o sistema de comunicação. Porém perdeu a referência, ninguém até hoje, viu uma Lista telefônica de Celular, pois a propriedade de um aparelho desses é por tempo relâmpago e a mudança de seus números se faz com incrível rapidez. Sabem o número dos celulares apenas as pessoas íntimas dos seus proprietários. Eu por exemplo, aderi ao Celular, mas não consigo eliminar meu telefone fixo, talvez por motivo de uma paixão inexplicada. Assim, passei a ser mais uma vítima da Síndrome maldita do telefone fixo, onde eu pago mensalmente uma taxa para atuar como cliente permanente do famigerado sistema Call Center. Desta sorte, o dia inteiro sou abordado por televendas, help desk, SAC, suporte, pesquisas e consultoria operacional, etc. Máquinas conversam comigo o dia inteiro e tentam me convencer para empréstimos, doações as mais diversas espécies filantrópicas, créditos bancários, abordagens de presídios e o escambau. Digo um milhão de vezes que não quero nada, mas no outro dia, no mesmo horário o telefone toca e o papo é o mesmo. Isso sem falar que existem dezenas de vezes que o telefone toca e não tem ninguém do outro lado da linha. São as secretárias eletrônicas fazendo ligações. É o sistema que não funciona direito? São pessoas que brincam de ligar? Pelo menos aqui em casa é uma centenas de ligações não completadas. Parece que é inútil reclamar, a telefonia fixa virou terreno sem administração. Uma verdadeira casa de mãe Joana. De cada 100 ligações ocorre uma do meu interesse, o resto é abordagens inconvenientes. As companhias deviam moralizar o sistema antes que, cansados da palhaçada atual, percamos o amor ao passado e venhamos a cancelar o serviço. Afinal de contas o mundo já reciclou para o telefone sem fio, com som, imagem e telefone com palavra escrita e nada mais adianta nosso jurássico desejo de salvar o que resta do telefone fixo.

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